domingo, 18 de dezembro de 2011

Só quero você

Estou cansada dessa vida errante
De rotas desconexas
Quero poder ter uma vida certa
Com alguém que me liberte de mim

Quero poder não pensar em erros
E que eu possa deitar a cabeça no travesseiro
Sem magoas
E sem medos

Quero aquele sorriso tímido
E aquele olhar desconfiado
Que no fundo me adora em segredo
E que me conhece, embora negue.

Quero você!
Que não vai achar loucura meus segredos
Que não vai me pedir pra mudar de rumo
E que vai comigo derivar pelo mundo

Vamos escutar a mesma música
Vamos ler a mesma poesia
E no fim da noite lerei uma frase sua
Que me fará passar a madrugada alegre

Quero você!
Porque até quando se cala me faz bem
Quando sorri me alegra a alma
E quando anda é como se desfilasse

Então é só disso que preciso
Da sua companhia pra me tirar a rebeldia
Do seu sorriso pra iluminar a minha vida escura
Do jeitinho tão reservado

De tudo seu que eu ainda não conheço
E de tudo que já vejo
De tudo que você não tem
E de tudo que eu posso de dar

E desse mundo inteiro
Hoje só quero você
Se não puder então
Fico no mesmo caminho

Errando e aprendendo um pouco
Esquivando-me e apanhando as vezes
Porque no fundo eu te quero tanto
E sei que você pode querer também.

Cíntia Maria

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

L.

É chegado o dia e ela vai embora
Vejo a tristeza nas palavras do meu amigo que agora quase chora
E tanto lamenta
Ó Deus se você existe não leve essa mulher
Que trouxe tanta luz e um sorriso mais lindo que eu podia nesse homem ver
Não deixe que as lágrimas lhe façam companhia...
O afeto dele me comove tanto
Que a vontade de chorar agora também é minha.
Eu sei que eles moram em continentes diferentes
Que estão separados por uma língua
Que importância tem isso diante de tanta sintonia?
Que diferença faz se não existe nessa cidade uma ponte entre eles...
É muito difícil se despedir de um amor
É um buraco que fica no peito
Um vazio impreenchível
É um medo terrível do nunca mais
E hoje o meu amigo nada pode fazer.
O que pode deixou materializado em palavras poetizadas
Em músicas doces a todos os ouvidos
Em conversar e carinhos
Em passeios e descobertas
Em jogos de palavras
Em sorrisos e afetos a beira do mar
Ela vai embora amanhã
E como ele ficará agora?
Acredito que esperará a volta
E guardara todos os sentimentos
Quando ela regressar do outro lado do mundo
Ele estará vestindo um belo sorriso
E com os braços abertos
Oferecendo o mesmo aconchego.
Se nada se pode fazer
Então meu amigo vamos esperar
Dizem que tudo o que importante volta
Então não custa nada acreditar
Que um dia seu amor regressará
Cíntia Maria

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Quando eu morrer...



Quero choro e vela
Quero terço na mão
Quero gente sentindo dor
E missa na capela.
Só não deixe que ela
Chegue perto do meu caixão.
Quero flores
Quero todos os meus falsos amores
Morrendo de lamentação.
Quero gente morrendo de arrependimento
Por ter me tido nas mãos
E no fim ter perdido.
Quero no sétimo dia
Uma missa bem bonita...
Quero gente cantando
Uma Ave Maria
Pra encomendar minha alma
Lá pro céu
Pra bem pertinho de Deus...
Quero gente pedindo pra eu ficar
E uma música ao fundo pra embalar a minha ida
Pode ser Chico Buarque ou Debussy
Pode ser qualquer coisa que faça alguém pensar em mim...
Quero saber que fui amada
E deixar a certeza do amor no coração dos que amei
E no fim de tudo
Quero um anjo de cabelos dourados
Levando-me pela mão
Aquietando meu coração
E me dizendo que é chegada à hora...
Que quem fica sente e esquece logo
E a gente que vai
Espera de lá ser lembrado.

Cíntia Maria

sábado, 3 de dezembro de 2011

Desejo reprimido


Ignorar um desejo ou uma forma de viver melhor em sociedade?
Abrir mão de um desejo é uma forma de infelicidade
Ou fazer isso pra não suportar a realidade?
Hoje é o dia do meu casamento,
E tanta coisa estou negando.
Porém, é o dia que todos meus familiares exalam de felicidade.
Se eles soubessem o que passam em meu coração,
Eu ainda ia sofrer alguma repreensão?
Hoje é o dia do meu casamento,
E ninguém desconfia da minha infelicidade.
Todos estão felizes,
Vou ter uma família comum,
Vou dar netos a minha mãe,
E ninguém de mim vai suspeitar.
Hoje talvez seja realmente uma forma de felicidade,
Fazer feliz os meus,
Mas minhas lágrimas que descem agora ninguém duvida que é de realização.
Deixo que pensem... quero mexer nisso não,
Deixa as lágrimas correrem
Deixa o barco girar
O que tiver der ser será.
Dizem que quando a gente pensa a gente muda,
E hoje quero pensar não,
Meu pai está tão feliz...
E eu?
Hoje vou pensar não,
É o dia do meu casamento,
Deixe isso pra lá e vamos cortar o bolo,
Ah Moço hoje é o meu casamento,
E lá o céu está um azul tão bonito,
Tem banda e tem tanta gente,
Eu quero brincar de iludir uma mulher.
Até quando vou suportar?
Deixemos pra lá Moço já te disse hoje é meu casamento...
Tive que escolher esta mulher, ninguém ia querer que eu ficasse com aquele rapaz...
Posso não Seu Moço,
Tenho coragem não de viver minha vontade,
Hoje está tudo tão bonito,
E todo mundo me espera pra cortar o bolo...
É dia de alegria pra eles,
É o meu casamento...
Fiz uma escolha e ignorei aquela outra, aquela proibida sabe?
Hoje tem choro de alegria,
Eu vou cantar e vou celebrar com ela, pois, ela me ama tanto,
Ela me entregou todo o seu encanto.
Vou embora Seu Moço
Todo mundo ainda me espera pra comemorar meu casamento.
Que Deus me perdoe pelos pecados que eu já cometi
Pelas traições e tentações dessa vida
Agora começo uma nova vida a partir do dia do meu casamento...
Se vou resistir? A isso eu não sei...

Cíntia Maria

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Libertação?


Libertar-me-ei de ti
Ó melódicas rimas
E estruturadas palavras.
Livrar-me-ei de vós
Pensamentos parnasianos
Que surgem tão estruturados,
Que tem um som tão insuportável
Beirando o tóxico.
Sufocarei agora a imagem que tenho de ti
Musa dos meus sonhos coloridos
Esquecerei que contigo tudo era reto
E certo.
Até as idéias mais bobas
E os pensamentos alienados.
O barulho do vento
Hoje sem você parece um furacão,
Não consigo organizar as frases
Nem interpretar os sons,
Não consigo decodificar as palavras
Nem sei qual é a estação que estou
Está tudo tão emaranhado
Tudo mais enrolado que os caracóis dos meus cabelos
A poesia que escrevo agora
É uma associação livre,
As coisas me vêm aparecendo sem nenhuma lógica prescrita
Agora paro e olhos os pássaros
Eles voam unidos e era assim que deviríamos estar
Ó céus por que você me deixou?
Porque só a poesia ficou?
Sem rima
Desconexa
Sem som
Sem dom
Só compostas com versos de saudades.

Cíntia Maria

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Deriva

Vidas que acabam cedo

Histórias escondidas sob a cruz

Saudade deixada

Em vidas comuns

Meninos que vendem arrumação das covas.

Pinturas nos túmulos

É dia dos finados

E hoje muitos são lembrados

Obrigações?

Amor?

Devoção?

Perguntas que ficam

Vidas que passam

Sonhos nunca realizados

E o medo de quem fica

Por ter que um dia partir.

Flores tão delicadas

Falam de um sentimento

E aqui sinto o medo

De ter que um dia ir tão cedo

Permito me perder por ruas de ossos

Como ficarão os meus no dia em que eu for embora

Lembrarão de mim no dia 2?

Com flores, velas e orações?

Ou nada disso sentirão?

Um missa na capela ao lado do cemitério

Me chama a atenção

De lá muitos cantam

Com pedidos e emoção.

E agora,

Encontro-me em frente ao cemitério

E sinto um ímpeto de voltar até lá

Não resisto e me encaminho até a entrada.

Dos amigos me perdi

Quando resolvi derivar

Já é tarde e desisto de entrar

É chegada a hora de ir

E aqui ainda não é a minha hora de ficar...


Cíntia Maria 

sábado, 22 de outubro de 2011

Um rosto


Eu vi um rosto que me prendeu a atenção
Era de uma moça bela
Radiante
E singela


Quem ela eu não sei
Mas fiquei horas a olhar
Aquela bela foto
Tão simples de se admirar


Um rosto desconhecido
Que na mesma hora quis conhecer
Queria desvendar
Cada traço antes do amanhecer


Aquela menina tão bela
Agora que nem sei pra onde vai
Que planeja pra amanhã?
Cruzará comigo num corredor?


Um rostinho tão bonito
E não sei dizer mais nada
O destino me fez encontrá-la
E desvendá-la tem sigo tão bom


Temos gostos tão parecidos
Curtimos coisas belas
Compartilho com ela
Momentos de doçura


Não pense que é loucura
É apenas afinidade
Quero olhar esse rosto
E descobrir toda verdade.

Cíntia Maria

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Sonho!

Ontem eu tive um sonho
Sonhei que a morte vinha me buscar
Mas eu não queria ir
Tinha muito medo de te largar

Logo agora que sou feliz
Que a luz você veio me entregar
Como agora eu posso ir?
Eu não quero te deixar

Outra terá tudo que eu tenho
Te tomará nos braços
Te chamará de amor
E lá de cima eu sentirei a dor

Eu não quero ir
Dona Morte me deixe ficar
Não posso ir sem levar aquele
Que meu coração só sabe amar.

Cíntia Maria
CARTA DE DESPEDIDA

A vida recomeça a cada dia e nesse eterno recomeço esquecemos de valorizar aqueles que nos amam, perdemos tempo com coisas banais, com pessoas que nada nos acrescentam e deixamos passar o que é de essencial. Gastamos energia em odiar, em reclamar, em criticar e não paramos um só momento para cuidar.
Todos os dias na vida deveria ser como se fossemos morrer amanhã, uma despedida, pois, caso não se concretize agradeceremos sabe-se lá a quem pela oportunidade de recomeçar. Talvez isso soe meio religioso, mas posso lhe dizer com segurança que não preciso acreditar em Deus para viver no amor.
A nossa única garantia é a morte e amanhã talvez eu não acorde e me pergunto: o que eu deixarei? A vida é uma eterna construção, de tudo o que eu posso deixar, quero apenas deixar aos meus o amor.
    Uma história é feita de erros e alguns acertos, carregada de sentimentos, de paixões e mais ainda de desilusões.
Hoje tenho medo de dormir e não acordar amanhã, sinto talvez a morte tão perto a me olhar a me desejar. Pudéssemos ser imortais, pudéssemos morrer jamais, eu não quero de forma alguma ir agora, preciso ficar, trilhar, cair, caminhar e seguir.
Preciso um filho deixar, uma geração continuar, eu ainda tenho muita gente pra amar, muitas metas a realizar.
Preciso dizer que amo uma estrelinha que me ensinou o que é amizade, uma estrelinha que no meu céu só faz brilhar e sei que quando eu me for por mim ela vai rezar, talvez eu vá em busca de anjos, mas muitos eu vou deixar por aqui, embora sem asas eles já me guiam na estrada. Verei minha triste irmã como diz o poeta; fechar meus olhos, me banharei em lágrimas de meus pais, deixarei amigos que por um certo tempo se sentirão perdidos.
Preciso dizer que eu sou rica de toda a graça, pois, muitos são os que me acompanham nessa longa jornada.
E se amanhã eu não acordar posso dizer que tive o maior dos dons o dom de amar.

Cíntia Maria
Um parágrafo de saudade!

O dia amanhece frio numa cidade distante que o tem o nome doce, voltando para casa levo apenas saudades, pensando na hora que meus olhos cruzarão com os seus. Quero te contar as aventuras vividas e a solidão sentida. A dor de estar longe, o medo de não te ter mais por perto. O que era belo sem você escapa, pois, daqui eu só pensava em te amar e reencontrar a minha graça. Meu doce sonho, Desejo antigo, meu amor, meu amigo. Só quero no seu peito recostar e os seus desejos vou realizar. Saudade vou deixando ela pra cá, meu amor eu volto, só pra te amar. Depois de você eu nunca viajei de corpo e alma, pois, sempre levo você em meu coração e no fim eu volto pra sua rota, onde eu não me deparo com a contramão.

Cíntia Maria

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

R.

Queria dizer a você que não é verdade que a gente está se perdendo, que todo esse sentimento que me enchia de paz agora não está ficando sem cor, que meu coração ainda saltita de alegria quando você chega as 7,30h. Que ainda penso em você com tanto amor e já não sinto quando você não vai. Mas, mentir não é o meu forte e você reconhece que estamos nos perdendo.
O que de fato aconteceu entre nós que nos distanciou tanto assim? Se é que um dia de verdade esse sentimento existiu. Sabe aquele presente que você me deu que eu carregava no pescoço? nem consigo mais colocá-lo de volta, porque já não sei se tudo foi de verdade.
Estamos nos perdendo porque seus problemas pessoais nos afastam? Não consigo conviver com alguém que não confia, não se abre e não se permite sentir. E hoje você me diz que tem medo de me perder, é triste ler isso... quando você pode notar que tudo você já fez pra conseguir.
Agora entendo porque você falava tanto em futuro se o sentimento não é feito com prazo de validade, eu sei o que o futuro ia dizer por nós que a gente pode terminar aqui o que nunca começou.
Acho que vi em você coisas que só eu via, alguma camuflagem que você não conseguiu esconder por muito tempo, e agora que a máscara caiu não sei que lugar você vai ocupar em minha vida.

Cíntia Maria

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Qu4tro  Décadas


Um sorriso no rosto
Um samba no pé
Um brilho no olho
Minha mãe é a mulher
Que chega na idade da loba
Com cara de menina.
Uma vida é feita de anos
De sonhos, conquistas e medos
De vitórias e pesadelos
De alegria e desesperos.
Vão dizer que estás ficando coroa
Quero ver convencer teu espírito disso 
Diz a eles que a magia do amor
Vale mais que tudo isso
Duvido que idade alguma
Apague tanta alegria
Por isso venho te desejar
Pra você sempre continuar
Nos trazendo essa energia
Que sua vida sempre seja
Uma música bem cantada
Melhor rimada que meu simples versos
Que seja como o brilho dos seus olhos
E encantadora como uma lua cheia.
Minha mãe é uma menina
Que ganha mais um ano agora
Que feliz faz os seus desde outrora
Que pro tudo agradece a Deus
Inclusive por uma filha como eu.
Mãe!
Que o sol recarregue seu brilho toda manhã,
E a lua brilhe pra você dormir.
O que hoje eu tenho para te dar
Além do amor
São esses verso de quem sabe um dia poeta
Apaixonada pelos ecantos de uma jovem mãe
Que irradia todas as arestas
E que todo dia com você
É simplesmente festa.

Cíntia Maria
Mãe feliz aniversário
13/09/2011


Puderá eu ir lá no céu
E pegar aquela lua para brilhar junto de ti
Juntas duas grandiosas belezas
Para ornamentar minha noite


Queria eu não ser apenas uma aspirante poeta
Os versos mais belos te entregar
Nessa noite linda te convidar a bailar
Junto da estrela mais bela


Sonhará eu contigo nas nuvens passear
E lá de cima o beijo mais doce te dar
Apagaria eu a linha do horizonte
E assim olharíamos o que estivesse mais longe


Desde criança apreciei a lua
Hoje ela tão cheia estufa o peito
Até agora a lua não sonhou 
Com uma beleza igual a tua.

Cíntia Maria

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Aceite-me assim como eu sou


Aqui em frente ao mar fico pensando como as coisas perdem o sentido tão rapidamente, penso nas dificuldades de te contar meu segredo, de falar todos os meus maiores medos e de te pedir que me aceite mesmo assim.
Não sei como você vai reagir quando descobrir que nada foi como você planejou e que a minha vida agora vai ter um curso diferente, eu sei que não é o que você queria eu também não escolhi que fosse assim, eu jamais ia desejar algo que magoasse você, mas se você me aceitar mesmo assim as coisas no meu mundo ficarão mais fáceis, mas se você me disser não por esse motivo eu saberei entender, só não saberei como viver num mundo em que você não me quer mais como sua.
Desde o princípio um caminho você me viu trilhando, é eu saí dele, não se desespere e deseje apenas que eu seja feliz e me encontre nele, eu sei não fácil, mas sei que o amor faz a gente entender as vontades dos outros mesmo quando elas não são semelhantes a nossa.
Eu quero apenas que você me abrace como sempre e diga que não vai soltar a minha mão quando o mundo não me compreender eu quero só que fique quando todos resolverem ir embora, eu quero que você me diga mais uma vez que me ama e que vai ficar por aqui e que eu não preciso ir embora por não ser igual a todos.
Eu sei que o amor faz a gente superar e com você eu posso ter um porto quando a rua não quiser entender, eu não preciso de mais ninguém se você ficar por aqui, olha eu não vou deixar de amar você e isso não muda nada entre nós me ame apenas como você me amou desde sempre e eu serei feliz porque você compreendeu.
Então você entenderá que a vida é imprevisível e que não importa por onde vamos andar o importa e poder dizer: “sou feliz e não nego meus desejos” e então verei um sorriso em seus lábios e o brilho nos olhos e andaremos lado a lado numa vida que tem o sabor de aceitação.

Cíntia Maria

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Telefone


Então eu tenho que desligar?
Mas você já vai desligar o telefone? Por quê? A sua namorada na outra linha?
― Não. Como é que você está?
― Ah então você ligou pra saber como eu estou? Então deixa eu te dizer: estou aqui com o coração na mão, se bem que nem dá mais pra chamar isso de coração, então vamos chamar de trapos, ou de pedacinhos de dor, sei lá, chame como quiser, era essa coisa que batia mais forte quando via você, quando você sorria pra mim, ah quando você sorria, chego a sentir novamente como se eu tivesse subindo ao céu, sim esse resto de coração é o que sobrou quando você o jogou no chão...
― Espera...
Ah eu queria saber; cadê aquele amor que você dizia sentir? Cadê aquele sonho que era nosso? Você sabe me dizer o que fez com ele?
­― Eu não quero falar sobre isso agora. Você arrumou um outro amor? Ainda pensa em mim?
Ah não quer falar sobre isso agora...  mas, quer saber se eu arrumei um outro amor, se mesmo com ele eu ainda penso em você? Melhor falarmos em outra coisa, não quero mais falar em dor.  Agora está ficando difícil pra respirar, parece que toda hora escuto a sua voz mais doce, aquela que eu mais amei na vida.
― Você não pode estar falando a verdade!
Queria poder dizer a você que estou mentindo que tudo isso é uma brincadeira, mas você sabe que eu não. Tenho a sensação que você nunca partiu, sei lá, ou de que você está voltando, ou que agora veio pra ficar.
― Eu tenho que desligar.
É melhor você desligar mesmo que eu vou ali estancar esse sangue que corre pelo meu peito, talvez com o meu novo amor, ah se eu não encontrá-lo certamente será com uma garrafa de álcool ou alguma dose se esquecimento...
― Liguei por que senti saudades e ainda me preocupo com você.
Ah então você sentiu saudades... sei... você ainda se preocupa comigo, você não crê que ainda dói? Certo, certo... Olha eu já não consigo respirar, vou ali em busca de oxigênio...
― Será que eu posso te ajudar?
― Não você não pode me ajudar, porque você não vai ficar aqui quando a chuva cair... e não pense que alguém culpará você quando eu tiver uma overdose, não me ligue mais por pena...
― ... não foi por pena... foi por carinho.
― Ah carinho sei...  olha agora eu que realmente eu vou desligar, porque além do sangue , falta ar mais uma vez e as minhas pernas já sentem-se fracas.
― Eu volto a te ligar.
― Quem sabe da próxima vez que você ligar seja porque você resolver voltar e ficar pra sempre.

Tum... tum.. tum...

Cíntia Maria

sábado, 30 de julho de 2011

Branco

As coisas parecem ter perdido as cores
Fico sem querer mais nada da vida
Não consigo estudar
Não consigo pensar

Tudo tem a cor do branco
Que é a soma de todas as cores
Mas que juntas parecem vazio
Que nada me chama

Eu fico esperando algo que não sei o que é
Que nome não tem
Que é tão cheio
Mas não consegue transbordar

Queria que pelo menos fosse cinza
Que tivesse o prazer de um dia chuvoso
Mas nem isso é
É como um silêncio que grita

E hoje me perguntam se estou feliz
Eu nem sei o que é isso
Nem sei se ainda sinto
Nem sei por que persisto

Hoje eu queria ser pelo menos cinza
Porque cor eu teria
Mas hoje sou branco gelo
E sinto o mesmo frio que o nome da cor

E se você tivesse por aqui
Será que seria diferente?
Será que seu sorriso carregaria a cor?
Eu sinto que sua tempestade me seria melhor

Até quando vou ficar assim?
Quando outra tempestade balançará meu barco?
Quando outro sorriso me tirará do chão?
Volte pra fazer feliz meu coração

Enquanto isso oscilo entre serenidade e dor
Entre medo e pavor
Entre um talvez e um nunca mais
Então fique por favor e me devolva a cor.

Cíntia Maria

sábado, 16 de julho de 2011

Ah esse homem!

Aquele homem tão meu, de cabelos escassos, pele clara bronzeada pelo sol, que me olhava por baixo com medo que alguém  nos descobrisse, olhava-me ao mesmo tempo com desejo e posse como quem me agarrava em seus pensamentos.
Ali em minha frente a dedilhar o meu violão trocando os acordes e errando as letras, como a fazer uma serenata secreta, o som de sua voz me enfeitiçava e cheia de encanto eu não conseguia acompanhá-lo na melodia.
Enquanto ele cantava, eu ficava a anotar cada detalhe do seu experiente rosto, seus olhos tão claros a resplandecer, sua boca fina e pequena e seu sorriso faceiro todo acompanhado de cinismo e a sua gargalhadas ao lembrar de nossas brigas e ciúmes confessando inconscientemente adorar tudo aquilo.
Olhar aquele homem que é tão meu e do mundo me doía tanto, pois o nosso amor nos fazia aventureiros infelizes, quando nos encontramos nas ruas e nossos corpos clamam um ao outro, ficamos inertes sem saber o que fazer com as mãos e nos contentamos com um simples boa noite ou um toque no ombro, falar qualquer coisa sem sentido pra sabermos que nos vimos, para poder escutar aquela voz tão marcante, ligar no fim da noite quando a cidade já adormeceu e ninguém mais poderá ser testemunha do nosso amor.
         Passar uma mensagem que exprima toda a nossa vontade que só será saciada quando tivermos histórias boas o suficiente pra despistar os demais.
Aquele homem tão maduro deixou-se encantar por uma jovem menina, aquele homem experiente que nunca terá o consentimento dos meus pais, contenta-se em me ter ás vezes, em me desejar em segredo, em não passear de mãos dadas nas ruas que vale tanto quando se está amando, segura a vontade de me agarrar quando me ver e se torna novamente adolescente  quando me paquera as escondidas e arranja uma desculpa para passar em minha porta.
E o meu homem que me quer ter em sua casa e sonha comigo estar em todos os momentos, torna-se de novo um menino sem saber que atitudes tomar. E todo dia assim aumenta nosso segredo. Até quando suportaremos essa dor? E se chegar o dia em que nos agarraremos no meio da rua, liberando todas as nossas pulsões? E se tudo acabar no segredo que começou?
E de longe eu olho o homem que não quer deixar de ser meu, que me abraça como nenhum outro o faz, que me arranca suspiros, que em enlouquece de desejos, que beija tão fundo que atinge a minha alma, que quando me olha vê até meus pensamentos, que é firme e doce e me faz sentir mulher, que me deixa sem palavras e que todo dia me conquista mais.
Então fica comigo mesmo que o mundo nos descubra. Diremos que nada é maior que o amor e juntos somos uma força maior.
Meu Desejo, meu amigo fique sempre comigo e eu me farei abrigo onde teu peito jamais conhecerá a solidão. E quando a coragem vier nos visitar contaremos ao mundo nossa história de amor e seremos o incentivo de muitos namorados. E caminharemos abraçados no meio da rua e dizendo a lua e emoção de estar apaixonados.

Cíntia Maria
 

terça-feira, 12 de julho de 2011

Namorado!

Ele passa em minha rua
E meu dia fica mais claro
Transbordo de alegria
Quando vejo meu amado


Ele me sorri
E logo perco o chão
Quando ele chega
Mando embora a solidão


Todo mundo tem notado
Que ele tem me cativado
Já não tenho nenhum medo
Sou feliz sem segredo


Ele tem um encanto
Bem maior que eu esperava
Já não permito mais o pranto
Sou a mais namorada.

Cíntia Maria

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Saudades

Estou com saudades de você
Do seu toque e do seu rosto
Do seu cheiro e do seu corpo
Do seu aperto e do seu beijo
Do seu sonho e pesadelo
Do seu desejo e seu apelo
Do seu carinho e desespero
Da sua volta e aconchego
Do seu sorriso e do seu medo
Da sua amizade e felicidade
Da sua humildade que me deixa sempre com mais vontade...

Cíntia Maria

Abandono

( Nighthawks - Edward Hopper) Há um tempo a poesia me abandonou Talvez na mesma esquina em que me perdi de mim Entre ruas escuras e c...