sábado, 30 de julho de 2011

Branco

As coisas parecem ter perdido as cores
Fico sem querer mais nada da vida
Não consigo estudar
Não consigo pensar

Tudo tem a cor do branco
Que é a soma de todas as cores
Mas que juntas parecem vazio
Que nada me chama

Eu fico esperando algo que não sei o que é
Que nome não tem
Que é tão cheio
Mas não consegue transbordar

Queria que pelo menos fosse cinza
Que tivesse o prazer de um dia chuvoso
Mas nem isso é
É como um silêncio que grita

E hoje me perguntam se estou feliz
Eu nem sei o que é isso
Nem sei se ainda sinto
Nem sei por que persisto

Hoje eu queria ser pelo menos cinza
Porque cor eu teria
Mas hoje sou branco gelo
E sinto o mesmo frio que o nome da cor

E se você tivesse por aqui
Será que seria diferente?
Será que seu sorriso carregaria a cor?
Eu sinto que sua tempestade me seria melhor

Até quando vou ficar assim?
Quando outra tempestade balançará meu barco?
Quando outro sorriso me tirará do chão?
Volte pra fazer feliz meu coração

Enquanto isso oscilo entre serenidade e dor
Entre medo e pavor
Entre um talvez e um nunca mais
Então fique por favor e me devolva a cor.

Cíntia Maria

sábado, 16 de julho de 2011

Ah esse homem!

Aquele homem tão meu, de cabelos escassos, pele clara bronzeada pelo sol, que me olhava por baixo com medo que alguém  nos descobrisse, olhava-me ao mesmo tempo com desejo e posse como quem me agarrava em seus pensamentos.
Ali em minha frente a dedilhar o meu violão trocando os acordes e errando as letras, como a fazer uma serenata secreta, o som de sua voz me enfeitiçava e cheia de encanto eu não conseguia acompanhá-lo na melodia.
Enquanto ele cantava, eu ficava a anotar cada detalhe do seu experiente rosto, seus olhos tão claros a resplandecer, sua boca fina e pequena e seu sorriso faceiro todo acompanhado de cinismo e a sua gargalhadas ao lembrar de nossas brigas e ciúmes confessando inconscientemente adorar tudo aquilo.
Olhar aquele homem que é tão meu e do mundo me doía tanto, pois o nosso amor nos fazia aventureiros infelizes, quando nos encontramos nas ruas e nossos corpos clamam um ao outro, ficamos inertes sem saber o que fazer com as mãos e nos contentamos com um simples boa noite ou um toque no ombro, falar qualquer coisa sem sentido pra sabermos que nos vimos, para poder escutar aquela voz tão marcante, ligar no fim da noite quando a cidade já adormeceu e ninguém mais poderá ser testemunha do nosso amor.
         Passar uma mensagem que exprima toda a nossa vontade que só será saciada quando tivermos histórias boas o suficiente pra despistar os demais.
Aquele homem tão maduro deixou-se encantar por uma jovem menina, aquele homem experiente que nunca terá o consentimento dos meus pais, contenta-se em me ter ás vezes, em me desejar em segredo, em não passear de mãos dadas nas ruas que vale tanto quando se está amando, segura a vontade de me agarrar quando me ver e se torna novamente adolescente  quando me paquera as escondidas e arranja uma desculpa para passar em minha porta.
E o meu homem que me quer ter em sua casa e sonha comigo estar em todos os momentos, torna-se de novo um menino sem saber que atitudes tomar. E todo dia assim aumenta nosso segredo. Até quando suportaremos essa dor? E se chegar o dia em que nos agarraremos no meio da rua, liberando todas as nossas pulsões? E se tudo acabar no segredo que começou?
E de longe eu olho o homem que não quer deixar de ser meu, que me abraça como nenhum outro o faz, que me arranca suspiros, que em enlouquece de desejos, que beija tão fundo que atinge a minha alma, que quando me olha vê até meus pensamentos, que é firme e doce e me faz sentir mulher, que me deixa sem palavras e que todo dia me conquista mais.
Então fica comigo mesmo que o mundo nos descubra. Diremos que nada é maior que o amor e juntos somos uma força maior.
Meu Desejo, meu amigo fique sempre comigo e eu me farei abrigo onde teu peito jamais conhecerá a solidão. E quando a coragem vier nos visitar contaremos ao mundo nossa história de amor e seremos o incentivo de muitos namorados. E caminharemos abraçados no meio da rua e dizendo a lua e emoção de estar apaixonados.

Cíntia Maria
 

terça-feira, 12 de julho de 2011

Namorado!

Ele passa em minha rua
E meu dia fica mais claro
Transbordo de alegria
Quando vejo meu amado


Ele me sorri
E logo perco o chão
Quando ele chega
Mando embora a solidão


Todo mundo tem notado
Que ele tem me cativado
Já não tenho nenhum medo
Sou feliz sem segredo


Ele tem um encanto
Bem maior que eu esperava
Já não permito mais o pranto
Sou a mais namorada.

Cíntia Maria

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Saudades

Estou com saudades de você
Do seu toque e do seu rosto
Do seu cheiro e do seu corpo
Do seu aperto e do seu beijo
Do seu sonho e pesadelo
Do seu desejo e seu apelo
Do seu carinho e desespero
Da sua volta e aconchego
Do seu sorriso e do seu medo
Da sua amizade e felicidade
Da sua humildade que me deixa sempre com mais vontade...

Cíntia Maria

Abandono

( Nighthawks - Edward Hopper) Há um tempo a poesia me abandonou Talvez na mesma esquina em que me perdi de mim Entre ruas escuras e c...