Deriva
Vidas que acabam cedo
Histórias escondidas sob a cruz
Saudade deixada
Em vidas comuns
Meninos que vendem arrumação das covas.
Pinturas nos túmulos
É dia dos finados
E hoje muitos são lembrados
Obrigações?
Amor?
Devoção?
Perguntas que ficam
Vidas que passam
Sonhos nunca realizados
E o medo de quem fica
Por ter que um dia partir.
Flores tão delicadas
Falam de um sentimento
E aqui sinto o medo
De ter que um dia ir tão cedo
Permito me perder por ruas de ossos
Como ficarão os meus no dia em que eu for embora
Lembrarão de mim no dia 2?
Com flores, velas e orações?
Ou nada disso sentirão?
Um missa na capela ao lado do cemitério
Me chama a atenção
De lá muitos cantam
Com pedidos e emoção.
E agora,
Encontro-me em frente ao cemitério
E sinto um ímpeto de voltar até lá
Não resisto e me encaminho até a entrada.
Dos amigos me perdi
Quando resolvi derivar
Já é tarde e desisto de entrar
É chegada a hora de ir
E aqui ainda não é a minha hora de ficar...
Cíntia Maria
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