Angústia
Vejo uma foto sua
perdida pelo meu celular,
rapidamente meus
pelos ficam eriçados
como quando sinto uma
presença de alguém do plano espiritual.
Começo um dilema: é
bom ou não sentir isso?
Lembro do seu beijo;
Do cheiro do seu
cabelo;
E do seu sorriso
amável.
Sinto uma saudade que
me queima por dentro
Os olhos marejam,
como
se algo muito importante fosse perdido.
Acontece que aqui
nada foi perdido.
Você está por aí como
sempre esteve,
e
eu estou aqui,
ainda no mesmo lugar.
Ainda com a cabeça em
você.
Sentindo falta de
agarrar em seus cabelos
e te puxar forte de
encontro ao meu peito.
Sentindo falta de
quando sua mão pegava em meu rosto,
com
tanta ternura que só me restava fechar os olhos e sorrir.
Eu teria unido meu
mundo ao seu.
Você me diria se aqui
estivesse: 'ah temos um laço, daqueles que não se apagam'.
Eu diria com os olhos
baixos: é que não quero laço eu quero nó,
daqueles que apertam
e não deixam a gente sair nunca.
Enquanto eu penso em
tudo que não existe,
toca um brega
ridículo lá fora.
Fico pensando no que
você estará fazendo.
Se por algum segundo
pensa em mim.
Não obtenho resposta
das mensagens que te mando.
Que dirá dos seus
afazeres.
Nem sei como anda seu
dia.
Volto a pensar
nas coisas bobas que já te prometi fazer,
como me vestir de coração na porta da sua Universidade,
ou fazer uma serenata na porta de sua casa,
com meu pouco conhecimento de violão,
te entregar flores
somente para constrangê-las por não alcançarem sua beleza ou pra ver sua
carinha rubra.
Os amigos me seguram,
me impedindo de tal ato.
Eles me chamam a
lucidez.
Não quero lucidez,
quero seus lábios nos meus.
Quero sua cabeça em
meu ombro e sua mão em minha barriga,
igual quando a gente
abraça um travesseiro e não quer largar.
Sinto uma nostalgia
que coloco na culpa de ouvir Tom Jobim em pleno sábado, quando todos os meus
amigos foram a balada.
Aposto que você
descansa num sofá vendo TV e vez ou outra passa o olho no computador ou
responde alguém no celular.
Acho que eu deveria
ler algum autor menos angustiado.
Um Luís da Silva tão
obsessivo e não correspondido, não pode fazer bem a ninguém.
Atiro o livro ao chão
Levanto e me banho
O pensamento não muda
de lugar
O Luís da Silva
mandou Marina ao diabo, também mando você
Nenhuma das duas
entende o recado
Deito na cama e choro
por dentro
Não sei até quando
ficarei assim,
Permito que os dias
se arrastem...
Cíntia
Maria
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