segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Libertação?


Libertar-me-ei de ti
Ó melódicas rimas
E estruturadas palavras.
Livrar-me-ei de vós
Pensamentos parnasianos
Que surgem tão estruturados,
Que tem um som tão insuportável
Beirando o tóxico.
Sufocarei agora a imagem que tenho de ti
Musa dos meus sonhos coloridos
Esquecerei que contigo tudo era reto
E certo.
Até as idéias mais bobas
E os pensamentos alienados.
O barulho do vento
Hoje sem você parece um furacão,
Não consigo organizar as frases
Nem interpretar os sons,
Não consigo decodificar as palavras
Nem sei qual é a estação que estou
Está tudo tão emaranhado
Tudo mais enrolado que os caracóis dos meus cabelos
A poesia que escrevo agora
É uma associação livre,
As coisas me vêm aparecendo sem nenhuma lógica prescrita
Agora paro e olhos os pássaros
Eles voam unidos e era assim que deviríamos estar
Ó céus por que você me deixou?
Porque só a poesia ficou?
Sem rima
Desconexa
Sem som
Sem dom
Só compostas com versos de saudades.

Cíntia Maria

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