sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Aceite-me assim como eu sou


Aqui em frente ao mar fico pensando como as coisas perdem o sentido tão rapidamente, penso nas dificuldades de te contar meu segredo, de falar todos os meus maiores medos e de te pedir que me aceite mesmo assim.
Não sei como você vai reagir quando descobrir que nada foi como você planejou e que a minha vida agora vai ter um curso diferente, eu sei que não é o que você queria eu também não escolhi que fosse assim, eu jamais ia desejar algo que magoasse você, mas se você me aceitar mesmo assim as coisas no meu mundo ficarão mais fáceis, mas se você me disser não por esse motivo eu saberei entender, só não saberei como viver num mundo em que você não me quer mais como sua.
Desde o princípio um caminho você me viu trilhando, é eu saí dele, não se desespere e deseje apenas que eu seja feliz e me encontre nele, eu sei não fácil, mas sei que o amor faz a gente entender as vontades dos outros mesmo quando elas não são semelhantes a nossa.
Eu quero apenas que você me abrace como sempre e diga que não vai soltar a minha mão quando o mundo não me compreender eu quero só que fique quando todos resolverem ir embora, eu quero que você me diga mais uma vez que me ama e que vai ficar por aqui e que eu não preciso ir embora por não ser igual a todos.
Eu sei que o amor faz a gente superar e com você eu posso ter um porto quando a rua não quiser entender, eu não preciso de mais ninguém se você ficar por aqui, olha eu não vou deixar de amar você e isso não muda nada entre nós me ame apenas como você me amou desde sempre e eu serei feliz porque você compreendeu.
Então você entenderá que a vida é imprevisível e que não importa por onde vamos andar o importa e poder dizer: “sou feliz e não nego meus desejos” e então verei um sorriso em seus lábios e o brilho nos olhos e andaremos lado a lado numa vida que tem o sabor de aceitação.

Cíntia Maria

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Telefone


Então eu tenho que desligar?
Mas você já vai desligar o telefone? Por quê? A sua namorada na outra linha?
― Não. Como é que você está?
― Ah então você ligou pra saber como eu estou? Então deixa eu te dizer: estou aqui com o coração na mão, se bem que nem dá mais pra chamar isso de coração, então vamos chamar de trapos, ou de pedacinhos de dor, sei lá, chame como quiser, era essa coisa que batia mais forte quando via você, quando você sorria pra mim, ah quando você sorria, chego a sentir novamente como se eu tivesse subindo ao céu, sim esse resto de coração é o que sobrou quando você o jogou no chão...
― Espera...
Ah eu queria saber; cadê aquele amor que você dizia sentir? Cadê aquele sonho que era nosso? Você sabe me dizer o que fez com ele?
­― Eu não quero falar sobre isso agora. Você arrumou um outro amor? Ainda pensa em mim?
Ah não quer falar sobre isso agora...  mas, quer saber se eu arrumei um outro amor, se mesmo com ele eu ainda penso em você? Melhor falarmos em outra coisa, não quero mais falar em dor.  Agora está ficando difícil pra respirar, parece que toda hora escuto a sua voz mais doce, aquela que eu mais amei na vida.
― Você não pode estar falando a verdade!
Queria poder dizer a você que estou mentindo que tudo isso é uma brincadeira, mas você sabe que eu não. Tenho a sensação que você nunca partiu, sei lá, ou de que você está voltando, ou que agora veio pra ficar.
― Eu tenho que desligar.
É melhor você desligar mesmo que eu vou ali estancar esse sangue que corre pelo meu peito, talvez com o meu novo amor, ah se eu não encontrá-lo certamente será com uma garrafa de álcool ou alguma dose se esquecimento...
― Liguei por que senti saudades e ainda me preocupo com você.
Ah então você sentiu saudades... sei... você ainda se preocupa comigo, você não crê que ainda dói? Certo, certo... Olha eu já não consigo respirar, vou ali em busca de oxigênio...
― Será que eu posso te ajudar?
― Não você não pode me ajudar, porque você não vai ficar aqui quando a chuva cair... e não pense que alguém culpará você quando eu tiver uma overdose, não me ligue mais por pena...
― ... não foi por pena... foi por carinho.
― Ah carinho sei...  olha agora eu que realmente eu vou desligar, porque além do sangue , falta ar mais uma vez e as minhas pernas já sentem-se fracas.
― Eu volto a te ligar.
― Quem sabe da próxima vez que você ligar seja porque você resolver voltar e ficar pra sempre.

Tum... tum.. tum...

Cíntia Maria

Abandono

( Nighthawks - Edward Hopper) Há um tempo a poesia me abandonou Talvez na mesma esquina em que me perdi de mim Entre ruas escuras e c...